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29 de março de 2011

Rivaldo de Jardim Paulista alto para o mundo!






Se fizer gol, Rivaldo não vai comemorar

O Santa Cruz foi o time em que o craque Rivaldo foi na década de 90 e é o seu time do coração. Nas entrevistas no Recife, antes da partida entre o São Paulo, sua atual equipe, e o Santa, o jogador reforçou o carinho que sente pelo Tricolor do Arruda e comentou que atuar nessa partida não será fácil para ele.

"É uma situação complicada, mas, como já falei, sou profissional. Todo mundo sabe que sou tricolor desde criança, mas trabalho no São Paulo e, se eu estou em campo, vou dar o máximo para garantir a vitória. Minha família toda estará no jogo, os amigos também, mas tenho que ser profissional", declarou Rivaldo.

Rivaldo tem grande admiração pelo Santa Cruz, faz questão de deixar isso claro em suas respostas, e mesmo estando longe do clube por bastante tempo, ainda lembra da torcida tão apaixonada do Mais Querido. "Com uma torcida dessa o Santa Cruz não pode estar na quarta divisão", comentou o meia.
Veja vídeo com Rivaldo



O meia tem consciência de que poderá começar no banco de reservas, mas garante que tem esperanças de ser titular. "Se o técnico precisar, estarei à disposição sempre para ajudar a equipe".

Quanto ao confronto em si, Rivaldo prevê um jogo duro. "Temos que entrar em campo respeitando a equipe adversária, se acontecer de eliminar o Santa de primeira ótimo, caso não, vamos decidir em São Paulo sem problemas. Mas eles também tem condições de ganhar", comentou.

Ele já adiantou que, em respeito ao clube, se vier a marcar um gol na partida não vibrará. "Não vou comemorar gol. Tenho muito respeito pelo Santa. É o clube que me revelou", disse.

Com Gilberto confirmado, Santa Cruz tenta surpreender o São Paulo

Além de Gilberto, o técnico Zé Teodoro ganhou mais um reforço. O zagueiro Leandro Souza (foto) está recuperado de uma lesão muscular e volta a formar a zaga com Thiago Mathias. Por outro lado, o volante Memo, que já desfalcara o time na vitória sobre o Porto no último domingo, não recuperou-se da lesão e continua de fora.

O comandante coral não quis adiantar a escalação. Segundo ele, podem haver mudanças, ainda que poucas. "Podemos ter mudanças porque o São Paulo joga no 3-4-3, mas não queremos mexer muito", pontuou. Sem dar pistas, ele quer um time bem precavido e com todos os jogadores marcando quando não tiver a bola.

Com ela nos pés não quer abrir mão do ataque. "Temos uma equipe veloz e vamos explorar isso pois jogaremos para buscar o resultado e a vitória. É o momento de buscarmos surpreender e temos condições de jogar de igual para igual", enfatizou.

Ficha do jogo:

Santa Cruz: Tiago Cardoso; Jackson (André Oliveira), Leandro Souza, Thiago Matias e Renatinho; Jeovânio, Cleber Goiano, Weslley e Natan; Landu e Gilberto. Técnico: Zé Teodoro.

São Paulo: Rogério Ceni; Jean, Rhodolfo, Alex Silva e Juan; Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba, Lucas e Rivaldo (Xandão ou Miranda); Fernandinho e Dagoberto. Técnico: Paulo César Carpergiani.

Local: Arruda. Horário: 21h50. Árbitro: Marielson Alves Silva (BA). Assistentes: Raimundo Carneiro de Oliveira e José Dias da Hora (BA). Ingressos: R$ 40 (arquibancada inferior), R$ 30 (arquibancada superior) e R$ 20 (sócio e estudante).

O Santa Cruz já teve o escudo igual ao do São Paulo

Nagel, zagueiro do Santa Cruz em 1960 (Foto do arquivo do Jornal do Commercio)
A foto acima, retirada do Jornal do Commercio do dia 6 de dezembro de 1960, registra um momento na história do Santa Cruz em que o distintivo do clube era idêntico ao do São Paulo, trocando apenas uma letra.
Os tricolores pernambucanos tinham inscrito SCFC (Santa Cruz Futebol Clube) e os paulistas tinham, e ainda têm, SPFC (São Paulo Futebol Clube). As duas equipes se enfrentam nesta quarta-feira à noite no Arruda, pela Copa do Brasil, a partir das 21h.
Confira abaixo a evolução dos escudos do Santa Cruz:

''Sem apoio'', Salgueiro poderá jogar toda a série B em Paulista

O Salgueiro pode não jogar em sua cidade durante toda a Série B. O clube está insatisfeito com a cota de patrocínio da prefeitura municipal, que gira em torno de R$ 38 mil por mês, e estuda permanecer no Ademir Cunha, em Paulista, não só no início da competição, enquanto o estádio Cornélio de Barros estará em reformas, mas até o fim do ano.

"Não dá para disputar o Campeonato Brasileiro, com uma verba de Campeonato Pernambucano", afirmou Fernando Alves, diretor de futebol do clube.

Segundo o dirigente, o prefeito Marconi Libório se recusou a aumentar a verba para o Carcará porque já estaria gastando R$ 3 milhões com a reforma do estádio Cornélio de Barros.

Porém, na assinatura da ordem de serviço para o início das obras no estádio, no dia 19 de março, a informação divulgada à imprensa foi de que os R$ 6 milhões necessários para a obra não viriam da prefeitura. Metade do valor seria repassado pelo Governo do Estado e a outra metade viria das empresas que trabalham na Ferrovia Transnordestina, incluindo a Odebrecht, que ficará responsável pelas despesas de mão-de-obra.

O primeiro Santa Cruz x São Paulo


Por Roberto Vieira*
Nesta quarta-feira tem festa nas Repúblicas Independentes do Arruda, Recife recebendo um dos maiores craques surgidos em nosso estado: Rivaldo. O encontro entre tricolores pernambucanos e paulistas possui uma história de setenta e três anos, é do tempo da Constituição Polaca de Getúlio Vargas, do tempo da chegada do interventor Agamenon Magalhães ao poder, do tempo em que as grandes partidas eram disputadas no Campo da Jaqueira.
O São Paulo chegou a Recife em 1937 a bordo do navio Ararangua, ficando hospedado no Hotel Avenida. O time vinha sob o comando do jovem técnico Vicente Feola, futuro campeão mundial em 1958, auxiliado por Malheiros Cerroni. Na equipe brilhavam o arqueiro King e os atacantes Ministrinho, Milani e Junqueirinha. Depois de atribulada passagem por Salvador, a estadia em solo pernambucano revelou o talento da jovem equipe paulista, eliminada na primeira fase do campeonato paulista daquele ano.
A grave crise financeira pela qual o clube atravessava, mercê da do fechamento do antigo São Paulo da Floresta em maio de 1935 e posterior criação do São Paulo Futebol Clube em dezembro de 1935, era enfrentada com bravura. O São Paulo que jogava em Pernambuco pelas mãos de Feola, era o mesmo time que lograria o vice-campeonato estadual em 1938.
Depois de perder a primeira partida diante do Náutico por 1x0, o tricolor paulista tomou as rédeas da situação e mostrou ao que veio. No dia 5 de dezembro, arrasou o Tramways de Furlan, campeão invicto do estado. Três dias depois, não tomou conhecimento do Sport Club do Recife de Djalma e Pitota, aplicando inapelável 4x1. A plateia ia ao delírio com a exibição do conjunto paulistano, mas confiava que na despedida contra o Santa Cruz a história seria diferente. Afinal de contas, o Santa Cruz já era o clube mais querido do povo, possuindo ataque fenomenal, capitaneado por Tará, irmão do garoto Orlando Pingo de Ouro.
O Campo da Jaqueira estava lotado. 12 de dezembro de 1937. O São Paulo entra em campo carregando a bandeira brasileira e saúda a torcida. King; Aníbal e Horácio; Piolin, Acosta e Felipelli; Ministrinho, Carioca, Milani, Piche e Junqueirinha. O Santa Cruz chega logo em seguida, delirantemente aplaudido. Diógenes; Sherlock e Sidinho II; Jayme, Niversino e Adhemar; Zé Pequeno, Lauro, Tará, Sidinho e Siduca.

Tará bate o centro. Sherlock cola em Junqueirinha. Felipelli faz falta em Zé Pequeno. Sidinho II falha e Carioca arremata violentamente contra o poste horizontal de Diógenes. Junqueirinha cruza, Ministrinho sobe de cabeça e acerta novamente o travessão. Aos 22 minutos, Junqueirinha para Ministrinho para Milani: São Paulo 1x0.
Feola acorda no banco e comemora com os jogadores. Jayme vai perdendo a cabeça com o juiz Juan Chiavoni. O Santa pressiona e Horácio cobra escanteio, a bola cabeceada por Sidinho beija a trave de King. Sherlock, futuro homem de preto da FIFA, reclama acintosamente do árbitro. Acosta cai. O jogo fica parado. Intervalo.
Na volta do segundo tempo, o Santa Cruz parece que vai mudar o rumo dos acontecimentos. Jayme lança Zé Pequeno que desfere petardo indefensável: 1x1. Infelizmente, para os corais, Sherlock se machuca e Martins assume a zaga. Foi o suficiente para que o talento do artilheiro Milani decidisse a sorte do encontro. Primeiro, aos 29 minutos, aproveitando rebote de Adhemar. Depois, aos 31 minutos, colhendo o arqueiro Diógenes de surpresa com um chute sem ângulo. Milani que nasceu milionário, cresceu capitão do São Paulo e consagrou-se goleador no Corinthians.
O São Paulo se despede de Pernambuco com um 3x1 inapelável. O Santa Cruz guarda na memória a saída de Sherlock no segundo tempo. 12 de dezembro de 1937, foi o dia em que Aníbal e Horácio conseguiram controlar Tará. Como eram tempos de romantismo no futebol, a partida se encerra com abraços e apertos de mão. De noite tem festa para os visitantes.
Festa que se repete nesta quarta-feira, 30 de março de 2011. Feola, Ministrinho, Tará, Sidinho, Siduca e King se foram. Fazem parte do coração de quem ama o futebol. Mas quarta-feira será dia do craque que conseguiu vestir o manto de Humberto de Azevedo Viana e Mário Milani.
Quarta-feira é dia de Rivaldo Vitor Borba Ferreira.