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26 de agosto de 2012

Sport e Náutico pecam na finalização e o clássico termina em 0x0

Não faltou emoção no Clássico dos Clássicos deste domingo, na Ilha do Retiro. As chances foram criadas. Porém, por falta de uma melhor pontaria, principalmente no lado do Sport, o jogo acabou empatado em 0x0 pela Série A do Campeonato Brasileiro. O placar foi favorável ao Náutico que conseguiu um ponto fora de casa.

Com o resultado, o Timbu salta para a décima posição com 24 pontos somados. O Leão é quem lamenta ter perdido a chance de sair da zona de rebaixamento. O Rubro-negro permance na degola, na vice-lanterna, com apenas 15. Na próxima rodada, o Sport encara o Flamengo fora de casa, enquanto o Náutico recebe o Figueirense. Os jogos já valem pelo returno do Brasileirão.

FICHA DA PARTIDA - SPORT 0X0 NÁUTICO
Sport - Magrão; Cicinho, Edcarlos, Diego Ivo e Willian Rocha (Rivaldo); Renan, Rithely, Moacir e Hugo; Gilsinho (Gilberto) e Felipe Azevedo (Henrique). Técnico Waldemar Lemos.

Náutico - Gideão; Patric, Jean Rolt, Ronaldo Alves e Douglas Santos; Elicarlos, Martinez, Souza (Rogerinho) e Rhayner; Araújo (Dadá) e Kieza (Kim). Técnico: Alexandre Gallo.

Campeonato Brasileiro da Série A. Local: Ilha do Retiro. Árbitro: Sandro Meira Ricci. Auxiliares: José Wanderlei da Silva e Clóvis Amaral da Silva.Gols: Não houve. Amarelos: Gilsinho (Sport), Kieza (Náutico), Cicinho (Sport) e Gilberto (Sport). Público: 19.063. Renda: R$ 213.020.

Um nordestino de estilo argentino



Arquivo/DP/D.A Press
Dário em 96, assim que foi contratado pelo Rubro-negro da Ilha, vindo do futebol da Paraíba
Quando o adversário estava com a bola dominada, lá vinha aquele rapaz de meia altura, franja quase nos olhos e com uma disposição quase sobrenatural para roubar a redonda. Na maioria das vezes, conseguia. Mostrando um vigor físico invejável, ficou conhecido pela sua "raça". Esse rapaz é Dário, volante que fez carreira no Sport na década de 90, conquistando quatro títulos pernambucanos e uma Copa do Nordeste pelo Leão. Passou também por equipes como Santa Cruz, Grêmio e por outros 14 clubes do Brasil. Mas foi na Ilha do Retiro que o jogador conquistou o coração dos torcedores pela sua virilidade em campo. Divanilson Gonçalves da Silva, hoje com 40 anos de idade, é o personagem desta terça-feira da série "Por Onde Anda", do Superesportes. Ele relembra os tempos como atleta, da sua paixão pelo Recife, cidade que adotou como casa, e fala que se arrepende de ter parado de jogar futebol aos 33 anos.



Heitor Cunha/DP/D.A Press
Volante Dário já titular no Sport, em 1999
O raçudo Dário
Não havia bola perdida para Dário. A sua primeira obrigação era marcar; a segunda, roubar a bola. Esses eram praticamente os dois fundamentos do volante. Utilizava-os com toques de perfeição. Não era de sair muito para o jogo. Fazia poucos gols. Contudo, a "raça" do jogador era ora confundida com violência. Ele, porém, justifica a fama de "carniceiro" que acabou ganhando. "Sempre o meu jeito de jogar foi assim. Eu não tenho medo de cara feia e me identificava muito com as torcidas dos times que eu joguei. Por isso, queria dar de tudo em campo. Falavam que eu era um nordestino com 'estilo argentino', raçudo mesmo", diz Dário.

A polêmica passagem pelo Grêmio
O futebol aguerrido do cabeça de área logo despertou o interesse do Grêmio. Dário chegou no Sport em 1996, com 21 anos. Dois anos depois, o Tricolor Gaúcho, sempre prezando por se reforçar com jogadores nesse estilo, o contratou. Foi para o Olímpico por indicação do técnico Luiz Felipe Scolari. "Joguei contra Felipão várias vezes quando eu estava no Sport. Sempre ele me elogiava. Acabou me levando para Porto Alegre depois", lembra. A passagem do atleta no Rio Grande do Sul, entretanto, foi marcada por um episódio inusitado, que renderia as capas de vários jornais e revistas do País posteriomente. Dário acionou a Justiça solicitando o pagamento de horas extras por parte da diretoria gremista, dizendo que atuava à noite e nos finais de semana. Sem querer agora tocar muito no assunto, disse que apenas seguiu instruções. "Me instuiram para isso, mas hoje só tenho boas lembranças do Grêmio. Até conheci Ronaldinho Gaúcho lá, com quem mantenho amizade até hoje", esquivou-se. Dário saiu do clube dos Pampas em 98.

A nostalgia pelo Sport
Sem sombra de dúvidas, a passagem por clube mais significativa na currículo de Dário foi no Sport. Em seis anos interruptos jogando na Praça da Bandeira, tornou-se tetracampeão estadual (96, 97, 98 e 99), além de ter ajudado o Rubro-negro vencer a primeira edição da Copa do Nordeste, em 1994. "Guardo bons momentos, joguei em times fantásticos. Lembro de um meio-campo que era eu, Chiquinho e Juninho (Pernambucano)", fala, nostálgico. "Foi uma época de muitas vitórias e títulos", acrescenta, com o mesmo tom.



Moacir Moreno/DP/D.A Press
Em 98, Dário na 1ª passagem no Arruda
O respeito pelo Santa Cruz
No finalzinho de 98, quando Dário saiu do Grêmio, foi parar no Santa Cruz. Passagem apagada. Após rodar por vários times do País, foi contratado novamente pelo Tricolor do Arruda, em 2000, para a disputa do módulo azul da Copa João Havelange - equivalente ao Campeonato Brasileiro da Série A na época. Os corais fizeram uma campanha pífia, terminando na lanterna da competição. Sem destaque, o cabeça de área, porém, guarda boas lembranças e respeito ao Tricolor."Particularmente, eu gostei muito do clube e da sua torcida. Eles têm uma paixão inexplicável pelo Santa Cruz. Não tenho nada de mal para falar do Santa", sentencia.

Arrependimento pela aposentadoria
Dário rodou por nada menos que 16 clubes do Brasil. Em 2005, foi parar no ABC do Rio Grande do Norte. Conquistou o campeonato potiguar daquele ano. A fim de pendurar as chuteiras com um título, resolveu que daria fim alí a sua carreira como atleta. Na temporada seguinte até que esboçou a volta ao gramados. Assinou com o Estudantes de Timbaúba, para jogar o Pernambucano. Atuou somente em uma partida. Aos 33 anos, parou de vez de jogar na equipe da Zona da Mata Norte do Estado. Hoje, Dário diz que podia ter prolongado a sua vida de jogador um pouco mais. "Eu comecei a jogar muito cedo, com 19 anos. Queria mesmo parar. Se fosse agora, não pararia. Ainda aguentaria mais uns anos. O pessoal está parando bem mais tarde hoje", afirma, contundente.



Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
O empresário Dário nos dias atuais
Pernambuco como primeira casa
“Já sou mais pernambucano do que paraibano.” Apesar de ter nascido em Campina Grande, na Paraíba, Dário proferiu essa frase sem peso na consciência. Ele passou 19 anos de sua vida no estado natal. No Recife, onde chegou depois de se destacar pelo Treze, está há 21. Conheceu a mulher e viu os dois filhos nascerem. Mesmo nos anos em que atuou fora do estado, os três ficaram na capital pernambucana. "Aqui é a minha casa", pontua.

Atualmente
Dário não deixou totalmente o futebol. Além de administrar uma empresa de estacionamentos na Paraíba, o ex-volante trabalha como empresário e agenciador de jogadores. No futuro, pensa também em ser treinador. "Desde quando parei de jogar bola, estou me preparando, amadurecendo e trabalhando essa ideia", revela Dário.

Avassalador, Santa Cruz goleia o Águia

Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Nada como apagar a desconfiança do torcedor com uma sonora goleada, uma atuação convincente e uma vaguinha no G4. Um sábado de festa para a torcida coral, depois de duas rodadas de amargura. No Arruda, o Santa Cruz goleou o Águia de Marabá por 6 a 1 e ocupou, ao menos temporariamente, a terceira colocação, graças ao empate em 1 a 1 entre Paysandu e Icasa. O Tricolor só cai para quarto lugar se o Salgueiro vencer o Cuiabá, neste domingo, no Mato Grosso.

CONFIRA A TABELA COMPLETA DA SÉRIE C

Quem chegou atrasado ou se distraiu pouco depois do apito inicial perdeu um começo de jogo eletrizante. Logo aos oito minutos, o primeiro lance de perigo se transformou em gol. Everton Sena soltou um foguete de longe, em cobrança de falta, e abriu o placar: 1 a 0. A torcida coral ainda vibrava quando, também de bola parada, Juliano empatou a partida. O volante bateu de longe, a bola quicou no chão e encobriu o goleiro Fred: 1 a 1. Falha respondida com vaias. “Que falta faz o Tiago Cardoso”, lamento geral dos tricolores, ansiosos para ver o paredão pronto para reestrear, após mais de cem dias de tratamento.

Mas a decepção, assim como a euforia inicial, teve validade curta. Aos 18 minutos, Fabrício Ceará recebeu passe de Dênis Marques, livrou-se da marcação e, da meia-lua, acertou o ângulo: 2 a 1. Novamente, não demorou para o Santa Cruz tomar um susto. Mas, desta vez, nada de gol adversário. De fora da área, Flamel acertou a trave direita de Fred. Em seguida, o goleiro, enfim, recebeu aplausos, após operar um milagre, em cobrança de falta de Mocajuba. Por sinal, todos os lances de perigo do Águia surgiram de lances de bola parada. O duelo ficou mais morno.

Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
Segundo tempo

Mas bastou a bola voltar a rolar para o ritmo ficar novamente intenso. Desta vez, quem demorou mais tempo no banheiro ou comprando espetinho, perdeu o terceiro gol tricolor. Maizena desarmou a defesa do Águia e cruzou, com um toque de açúcar, para Dênis Marques marcar: 3 a 1. Em meio à festa, dois momentos negativos: Weslley, no primeiro tempo, e Tiago Costa, no segundo, deixaram o campo com semblante de dor intensa, ambos no tornozelo direito. Respectivamente, Chicão e Renatinho foram acionados.

E surgiu dos pés de Renatinho o quarto gol. Aos 19, o baixinho cruzou, Fabrício Ceará escorou, Dênis Marques tentou de bicicleta, Leandro Oliveira aproveitou e fuzilou as redes: 4 a 1. Aos 31, o meia Leozinho, destaque da partida, avançou, passou pelo goleiro, enganou um defensor e não perdoou: 5 a 1. Não perca as contas, pois ainda teve o sexto. Ivonaldo derrubou Luciano Henrique na área e, aos 43, Dênis Marques correu, bateu e... 6 a 1. Sétimo gol do Predador, vice-artilheiro da Série C.

FICHA TÉCNICA

Santa Cruz (6)
Fred; Maizena, Everton Sena, Vágner e Tiago Costa (Renatinho); Memo, Weslley (Chicão), Leandro Oliveira (Luciano Henrique) e Leozinho; Fabrício Ceará e Dênis Marques.
Técnico: Zé Teodoro
Águia (1)
Marcelo Cruz; Ivonaldo, Roberto, Carlão e Mocajuba; Daniel, Juliano, Flamel (Diego Biro) e Marquinhos; Branco e Wando (Thiago Pereira).
Técnico: João Galvão
Local: Estádio do Arruda (Recife). Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA). Assistentes: José Dias da Hora (BA) e Marcos Rocha de Amorim (BA). Gols: Everton Sena, Fabrício Ceará, Dênis Marques (2), Leandro Oliveira e Leozinho (S); Juliano (A). Cartão vermelho: Diego Biro (A) Cartões amarelos: Marquinhos, Roberto, Thiago Pereira (A)